O transplante renal, ou transplante de rim, é uma cirurgia indicada para pacientes com doença renal crônica avançada, com o intuito de aumentar a qualidade de vida e reduzir o risco de mortalidade para a maioria dos pacientes.
Os rins são órgãos vitais para a saúde, que filtram o sangue e removem resíduos e excesso de sal e água do organismo. Quando as pessoas têm insuficiência renal terminal, seus rins param de funcionar.
Com o transplante de rim, o “novo” órgão pode fazer o trabalho dos rins doentes – vale lembrar que a pessoa precisa de apenas um rim para viver.
Para quem está indicado
O transplante renal é destinado aos pacientes com doença renal crônica avançada. A cirurgia é indicada após o nefrologista realizar a devida avaliação clínica e os exames de sangue, de urina e de imagem.
É importante que esse processo seja feito de forma cautelosa, a fim de detectar e tratar doenças coexistentes, que podem afetar o risco perioperatório e a sobrevida depois do transplante.
A cirurgia não é indicada em casos de infecções ativas, malignidade ativa (excluindo câncer de pele não melanoma), transtorno por uso de substância ativa, insuficiência renal reversível, doença psiquiátrica não controlada e não adesão ao tratamento ativo e contínuo documentado.
Como funciona o transplante de rim
A princípio, o médico removerá um dos rins da paciente, além de também remover o ureter — tubo que liga os rins à bexiga. Com isso feito, o cirurgião fará uma abertura na parte inferior da barriga, onde colocará o novo rim. O ureter transplantado será ligado à bexiga.
Vale ressaltar que um novo rim não é colocado no mesmo lugar que os rins doentes. Na verdade, os rins doentes são muitas vezes deixados no corpo, com exceção dos casos em que eles estejam causando infecções e outros danos à saúde do paciente.
Após a cirurgia, é recomendado que o transplantado fique no hospital por cerca de 3 a 5 dias. Nesse período, o médico fará exames e testes para garantir que o novo rim esteja funcionando da forma correta.
O paciente precisará tomar medicamentos para o resto de sua vida. Chamados de “medicamentos anti-rejeição”, eles ajudam o sistema de combate a infecções do corpo a aceitar o novo rim.
Normalmente, esse sistema de combate a infecções ajuda as pessoas a se manterem saudáveis atacando objetos do corpo que vêm de fora.
Tipos de doador
Antes de o paciente realizar o transplante de rim, o médico o enviará para um centro de transplante. Lá, ele fará exames para verificar sua saúde geral. Com isso encaminhado, é hora de procurar um doador.
Nos casos em que o dador está vivo, ele também precisará ir a um centro de transplante para realizar todos os procedimentos e exames necessários. Os doadores também precisam atender as condições, como ter compatibilidade sanguínea ABO com o receptor.
No centro, também é realizado testes para evidenciar mais compatibilidades (HLA e cross-match).
Caso o paciente não tenha um doador vivo ou se a pessoa não for compatível, é possível encaminhar um cadastro para a Central de Captação de Órgãos do seu Estado. O programa de transplantes é nacional e consequentemente pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O médico também pode conversar sobre outras maneiras de encontrar um doador vivo.
Como é a vida do doador
Não há como negar que existem riscos ao realizar uma cirurgia. No entanto, com os avanços nas técnicas anestésicas e cirúrgicas, os riscos foram reduzidos.
E a vida do doador será normal. A funcionalidade do rim, inclusive, seguirá normal por um único rim. Após a cirurgia, serão receitados remédios para dor e alívio de qualquer desconforto.
Com isso feito, a medicação contínua não será necessária, diferentemente do paciente transplantado. Apesar disso, é essencial que o doador mantenha uma dieta balanceada e beba água com frequência, além de realizar um acompanhamento anual para ter a certeza de que o rim permanece bem.
Quanto tempo dura o rim transplantado
Um rim transplantado pode funcionar por vários anos, chegando a mais de dez. Em alguns pacientes, no entanto, o funcionamento do órgão não será tão longo.
Isso porque a duração dependerá das características do paciente que recebeu o rim, refletindo o número de transfusões sanguíneas e transplantes anteriores, por exemplo.
Como evitar a rejeição
O paciente transplantado precisará tomar medicamentos para o resto da vida, justamente para evitar a rejeição do novo órgão.
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