Sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, com manifestações clínicas crônicas, causada pela bactéria Treponema pallidum. É uma doença que tem cura, no entanto, se não tratada pode evoluir para estágios avançados, prejudicando vários órgãos.
A evolução da doença pode ser dividida em 5 fases:
- Período de incubação: dura aproximadamente 3 semanas.
- Sífilis primária: caracterizada por uma lesão de pele conhecida como cancro. A ferida não é dolorosa e a pessoa geralmente apresenta ínguas (linfoadenopatia) e bactérias no exame de sangue (bacteremia).
- Sífilis secundária: caracterizada por irritação na pele (exantema), lesões em mucosas (boca) e ínguas pelo corpo.
- Sífilis latente: não tem sintomas, apenas alteração no exame de sangue.
- Sífilis terciária: progressão da doença, envolvendo a aorta ascendente, o cérebro, os olhos e os ouvidos.
Como se pega sífilis
A sífilis pode ser adquirida pelo contato sexual, pelo beijo, passagem placentária (sífilis congênita), transfusão sanguínea ou por acidente com material contaminado (agulhas, por exemplo).
A maioria das transmissões acontece pelo contato sexual, e o risco de contágio é maior quando existe o cancro, a lesão na mucosa.
A sífilis atinge cerca de 6 milhões de novos casos por ano no mundo. No Brasil, cerca de 150 mil casos novos são registrados a cada ano (dados de 2019).
Sintomas de sífilis
Os sintomas da sífilis irão depender da fase da doença. A maioria das pessoas não apresenta sintomas, mas pode transmitir a doença para outros parceiros sexuais por um longo tempo.
O sintoma da sífilis primária é uma úlcera (cancro duro) no local de entrada da bactéria, medindo cerca de 1 a 2 cm. Nos homens ela é encontrada no prepúcio e nas mulheres, na vulva, vagina ou colo do útero.
As pessoas que não são tratadas da sífilis primária evoluem para a sífilis secundária, manifestando lesões de pele com sintomas inespecíficos como febre, cansaço, dor de cabeça e dor nas articulações.
Na sífilis terciária, a pessoa desenvolve granulomas destrutivos em vários órgãos do corpo: ossos, coração (aorta ascendente), cérebro, fígado e músculos. Nessa fase, pode evolui com incapacidade ou até mesmo a morte.
Diagnóstico
O diagnóstico de sífilis é feito com a avaliação clínica, os testes de laboratório, o histórico de infecção prévia e a verificação da exposição ao agente causador (a bactéria do tipo espiroqueta Treponema pallidum).
O diagnóstico precisa ser confirmado com teste laboratorial, que pode ser de dois tipos:
- Exame direto: busca encontrar bactérias na amostra da lesão.
- Teste imunológico: o mais frequentemente utilizado, verifica a presença de anticorpos no sangue.
Tratamento
Sim, a sífilis tem cura e o tratamento é relativamente simples. O tratamento é feito com o antibiótico penicilina G benzatina (Benzetacil).
A dose da medicação e o tempo de tratamento variam de acordo com a fase da doença e com os sintomas apresentados pela pessoa.
Prevenção
O uso do preservativo feminino ou masculino é o melhor método de prevenção, pois a sífilis é uma doença sexualmente transmissível.
Bibliografia
1. Syphilis – STD information from CDC. Published 2019. https://www.cdc.gov/std/syphilis/default.htm
2. Estratégias Para Diagnóstico No Brasil. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sifilis_estrategia_diagnostico_brasil.pdf
3. UpToDate. Uptodate.com. Published 2019. https://www.uptodate.com/contents/syphilis-screening-and-diagnostic-testing