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Segundo filho: o que muda e como lidar

Fabiana Rosa

Revisão clínica: Enf.ª Fabiana Rosa

Revisado:

A chegada do segundo filho transforma a dinâmica da família e os papéis até então estabelecidos. A mãe, mesmo que já tenha vivido uma gestação anterior, presencia sensações físicas e sentimentos diferentes com o nascimento do segundo filho.

Além disso, o primeiro filho pode apresentar alterações em seu comportamento ao ganhar um irmãozinho.

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Confira as principais mudanças com a chegada do novo bebê e como lidar para tornar a adaptação mais tranquila.

O que muda na família

Se a primeira gravidez já é complicada, a segunda pode exigir ainda mais jogo de cintura por parte da família. Isso porque os pais precisam dividir a atenção entre os filhos e remanejar a rotina. Além disso, tem os cuidados com o lar e com a vida profissional.

Fisicamente

Lacerações depois do parto vaginal, cicatriz e dores na região onde foi feita a cirurgia cesárea são comuns nas primeiras semanas. Geralmente, o desconforto desaparece com o tempo, mas pode ser necessário usar analgésicos.

Procure o médico obstetra caso a cicatrização demore ou surjam pontos de inchaço e vermelhidão.

Nas primeiras seis a oito semanas após o nascimento do segundo filho, é natural que a mãe se sinta cansada. Ainda mais com a rotina de mamadas noturnas e com o sono do recém-nascido ainda desregulado.

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Neste sentido, é válido buscar ajuda da rede de apoio para amenizar a sobrecarga.

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Procurar orientação de uma doula ou consultora de amamentação também pode ser interessante neste começo.

Emocionalmente

O cansaço físico não é o único que aparece depois do nascimento do bebê. A mãe tende a ficar abalada emocionalmente. E é possível que vivencie condições como o baby blues ou a depressão pós-parto.

O baby blues é uma instabilidade emocional passageira decorrente de alterações hormonais e da mudança de rotina e que tende a desaparecer em poucas semanas.

Já a depressão pós-parto se caracteriza por um transtorno de humor mais intenso, e que pode perdurar por alguns meses.

Novamente, a rede de apoio desempenha um papel importantíssimo de suporte à família neste período, mas em alguns casos pode ser necessário buscar ajuda psicológica ou psiquiátrica.

Junto com a tristeza e desânimo, outro sentimento que pode surgir é a insegurança. Com a chegada do segundo filho, os pais podem se questionar se conseguirão amar e dar o mesmo afeto para os dois filhos. Além disso, os pais sentem medo de como o primeiro filho irá reagir não sendo mais filho único.

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Por outro lado, é possível que a mãe se sinta mais confiante, pois já lidou com situações parecidas na gravidez anterior. Desta vez já tem mais experiência.

Agora já está familiarizada com as posições para amamentar, com a troca de fralda e banho do recém-nascido. Além de ter mais repertório para lidar com doenças e acidentes da criança.

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Como lidar com o comportamento do primeiro filho

Deixar de ser filho único nem sempre é uma transformação tranquila para o pequeno. Principalmente nas primeiras semanas, os pais podem notar algumas mudanças no comportamento do primeiro filho.

O filho mais velho pode ficar irritado, apresentar birra ou choro. Por exemplo, a criança regride na linguagem e em fases do desenvolvimento que já havia superado (como xixi na cama ou maior apego aos pais).

Veja algumas estratégias para lidar com o ciúmes e mudança no comportamento do filho mais velho.

  • Chame o primogênito para ajudar nos preparativos, como decorar o quarto do irmão e escolher alguns de seus brinquedos.
  • Converse com a criança sobre o que ele pode esperar do nascimento do irmão (choro, atenção dividida, etc.).
  • Acolha os sentimentos do primeiro filho e não o reprima caso demonstre agressividade, raiva ou pouca vontade de estar perto do irmão.
  • Tente separar tempo para brincar apenas com ele e não caia na tentação de deixar o pai unicamente em função do mais velho (isso aumentará a sensação de que a mãe não dá atenção para ele).
  • Reforce o papel da criança na família e mostre a ela as vantagens de ser irmão(ã) mais velho(a) (saber andar, falar, fazer outras coisas). Não esqueça de lembrar que o amor dos pais pelo pequeno não irá mudar com o nascimento de outro bebê.
  • Elogie os progressos do primogênito para que ele não caia na tentação de se comportar como um bebê.
  • Providencie brinquedos que permitam ao filho mais velho dar vazão à agressividade (como massinha ou material para pintura).

Dicas para ajudar na rotina com o segundo filho

Conciliar os cuidados com o recém-nascido com a rotina da casa não é uma tarefa fácil. Embora cada família tenha seu próprio funcionamento, algumas dicas práticas podem ajudar neste momento:

  • Procure abastecer a casa com refeições rápidas e práticas. Se possível, a família pode se organizar para cozinhar porções dobradas e deixar congeladas para momentos de correria.
  • Caso se sinta confortável, chame alguém da família para passar um tempo com você após o nascimento do segundo filho. Além de ser uma companhia prazerosa, te dará um tempo maior de descanso nesta fase.
  • Equipe o carro com uma mochila com fraldas, lenços umedecidos e trocas de roupas para que a família esteja sempre preparada quando preciso.
  • Se possível, aproveite itens do enxoval do filho mais velho que você já tem em casa, como berços, carrinho de bebê, cadeira de refeição e outros que estejam em boas condições.

Principalmente no início, é natural que entre amamentação, refeições e trocas de fralda, a mãe acabe se dedicando completamente aos filhos. No entanto, é importante não esquecer das próprias necessidades e aproveitar a rede de apoio e a comunidade ao redor para te dar suporte neste momento.

1. Birth of a Second Child (for Parents) – KidsHealth. Kidshealth.org. Published 2016. https://kidshealth.org/en/parents/second-child.html

2. Piccinini CA, Pereira CRR, Marin AH, Lopes R de CS, Tudge J. O nascimento do segundo filho e as relações familiares. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 2007;23(3):253-262. doi:10.1590/s0102-37722007000300003

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