O tipo de remédio para infecção urinária mais prescrito na consulta médica é o antibiótico, mas o médico pode receitar analgésicos e antissépticos que podem ajudar a aliviar os sintomas.
Infecção de urina é um problema muito comum, e afeta pessoas de todas as idades e de ambos os sexos. Por isso é importante conhecer os sintomas e procurar o serviço de saúde para fazer o tratamento adequado.
Abordaremos neste artigo os principais remédios usados no tratamento para infeção urinária. Mas antes, veja quais são os principais sintomas de infecção de urina:
- Ardência ao urinar.
- Ir várias vezes ao banheiro fazer xixi.
- Cheiro desagradável.
- Dores no “pé da barriga”.
- Febre.
Antibióticos
Nitrofurantoína
O uso recomendado deste antibiótico costuma ser de 1 cápsula de 100 mg, a cada 6 horas, durante 5 a 10 dias, podendo variar de acordo com a orientação médica.
Os efeitos colaterais são dor de cabeça, náuseas, vômitos, diarreia, dor de estômago, falta de apetite e pneumonia intersticial.
A nitrofurantoína não deve ser usada nas situações abaixo:
- Insuficiência renal.
- Mulheres nas últimas semanas da gestação (38 a 42 semanas).
- Crianças com menos de um mês.
- Pessoas com hipersensibilidade conhecida à nitrofurantoína ou a qualquer componente da formulação.
- Anúria (pessoa que não consegue urinar por algum motivo).
- Oligúria (baixa produção de urina).
A ingestão desse remédio para infecção de urina deve ser feita durante a alimentação, pois reduz a frequência de problemas gastrintestinais, como vômitos e queimação. O tempo para a nitrofurantoína começar a fazer efeito é de apenas algumas horas.
Fosfomicina
A Fosfomicina costuma ser prescrita em dose única de 1 envelope (3g), podendo variar de acordo com a gravidade da doença e a critério médico.
Os sintomas devem desaparecer em 2 a 3 dias após o início do tratamento, e caso não aconteça uma melhora, o médico deverá ser informado imediatamente.
Os efeitos colaterais costuma ser: diarreia, náusea, queimação no estômago, dor de cabeça e tontura.
A Fosfomicina não pode ser usada nas seguintes condições:
- Hipersensibilidade à fosfomicina e/ou a qualquer um dos componentes da formulação.
- Pessoas com insuficiência renal grave.
- Crianças sem orientação médica.
- Mulheres grávidas sem orientação médica.
Sulfametoxazol + Trimetoprima (Bactrim®)
Para a infecção urinária não complicada, a dose recomendada é de um comprimido (160/800 mg) duas vezes por dia durante três dias para mulheres. Homens devem estender o tratamento para 7 dias.
Esse medicamento não deve ser usado nas seguintes situações:
- Pacientes com história de hipersensibilidade à sulfonamida ou trimetoprima ou a qualquer um dos componentes da formulação.
- Bebês prematuros e recém-nascidos durante as primeiras seis semanas de vida.
- Pessoas com problemas graves no fígado.
- Pessoas com insuficiência renal grave.
- Asma grave.
Outros remédios para infecção urinária
Se a pessoa não puder usar algum dos antibióticos citados acima, seja por alergia ou intolerância, o medico poderá receitar remédios alternativos.
Os remédios para infecção urinária que melhor substituem a nitrofurantoína, a fosfomicina e a sulfametoxazol + trimetoprima são a amoxicilina e o ciprofloxacino.
Amoxicilina-Clavulanato
Amoxicilina-clavulanato é comumente prescrita na dose de 500mg, 2 vezes por dia, por 5 dias.
Os efeitos colaterais são raros, mas quando ocorrem pode surgir:
- Diarreia.
- Feridas na pele.
- Náusea.
- Vômitos.
- Micose vaginal.
- Desconforto abdominal.
- Aumento dos gases na barriga.
- Dor de cabeça.
A amoxicilina-clavulanato não deve ser usada quando a pessoa apresentar:
- Hipersensibilidade à amoxicilina ou ao ácido clavulânico.
- Doença grave do fígado.
- Insuficiência renal grave.
Ciprofloxacino
A dose do ciprofloxacino para infecção de urina não complicada é:
- Um comprimido de 500 mg a cada 24 horas durante 3 dias.
Os efeitos colaterais do ciprofloxacino são:
- Lesão de tendões.
- Neuropatia periférica.
- Efeitos no sistema nervoso central (tontura, alucinações, dor de cabeça)
- Náuseas.
- Vômitos.
- Diarreia.
- Dor abdominal.
Interrompa imediatamente o remédio se apresentar qualquer um desses efeitos.
Miastenia gravis:
Ciprofloxacino pode piorar a fraqueza muscular em pacientes com miastenia gravis.
Quem não deve usar ciprofloxacino:
- Pessoas com hipersensibilidade ao cirpofloxacino.
- Quem está fazendo tratamento com tizanidina (um relaxante muscular).
- Durante a gestação ou que esteja amamentando, sem consultar um médico.
Os casos graves de infecção do sistema urinário devem ser tratados no hospital, pois muitas vezes a pessoa precisa receber antibiótico na veia.
Essa situação acontece quando a infecção já está avançada e corre risco de se espalhar para o resto do corpo (septicemia)
Analgésicos
Analgésico também faz parte do grupo de remédio para infecção urinária. Esse tipo de medicação ajuda no tratamento porque alivia a dor, a ardência e outros sintomas incômodos.
Fenazopiridina (Pyridium ou Uristat)
A fenazopiridina costuma ser o principal analgésico receitado pelos médicos, pois age no sistema urinário aliviando a dor ou aquela queimação chata ao urinar. Pode ser encontrado nas farmácias com o nome de Pyridium ou Uristat, a dose recomendada para adultos é:
- 200 mg, a cada 8 horas, após as refeições ou ainda após um pequeno lanche, para reduzir o desconforto estomacal.
Quem não deve usar esse medicamento:
- Pessoas com insuficiência renal grave.
- Pessoas com doenças do fígado.
- Crianças.
Os possíveis efeitos colaterais da fenazopiridina são:
- Alergia.
- Coceira.
- Náusea.
- Vômito.
- Diarréia.
A fenazopiridina produz uma coloração vermelho-alaranjada na urina e nas fezes podendo
manchar as roupas.
Antissépticos
Seguindo a lógica dos analgésicos, os antissépticos ajudam a aliviar a dor e a ardência ao urinar, além de eliminar as bactérias do trato urinário e a auxiliar na prevenção de infecções recorrentes.
Metenamina e cloreto de metiltionínio (Sepurin)
O Sepurin é um medicamento com ação antisséptica e antibacteriana em infecções das vias urinárias.
Sepurin é para ser tomado por via oral, assim:
- Tomar 2 drágeas 3 a 4 vezes ao dia, até a consulta médica.
- É aconselhável não beber muito líquido e não esvaziar a bexiga num prazo menor do que duas horas após a ingestão do medicamento.
Quem não deve usar o Sepurin:
- Pessoas com doença do fígado.
- Pessoas com doenças do rim.
- Mulheres que estão grávidas ou que estão planejando ficar grávidas durante o tratamento.
- Crianças menores de 12 anos.
A urina da pessoa que utiliza o Sepurin pode tornar-se azulada ou esverdeada e pode também haver alteração na coloração das fezes; estas mudanças são esperadas e não significam efeito colateral do remédio.
Os possíveis efeitos colaterais do Sepurin são:
- Dor abdominal.
- Náusea.
- Vômitos.
- Reações de pele.
- Ardência ao urinar.
É preciso ficar atento
Vale ressaltar que tanto o analgésico como o antisséptico não podem substituir o uso dos antibióticos, se assim recomendado pelo médico.
Somente o médico pode dizer qual o remédio para infecção urinária é indicado para o seu caso, tal como a dosagem e a duração do tratamento.
É preciso seguir o tratamento à risca para evitar complicações sérias da infecção urinária. Caso contrário, há chances de a infecção avançar pelo organismo, causando, assim, problemas mais graves, como a sepse urinária.
As mulheres tem mais chance de ter infecção urinária, e isso acontece porque a uretra da mulher é mais curta do que a do homem, fazendo com que as bactérias alcancem mais facilmente bexiga e vias urinárias.
Para prevenir a infecção de urina adote os seguintes cuidados:
- Limpe a região do períneo com o papel higiênico no sentido de frente para trás. Isso porque, se for feito de forma contrária há mais chances de trazer as bactérias que estão na região anal para dentro da vagina.
- Faça xixi após o ato sexual, pois o xixi lava a uretra e ajuda a eliminar as bactérias que possam ter entrado durante o ato sexual
- Não segure xixi na bexiga por muito tempo
Bibliografia
1. Gupta K, Hooton TM, Naber KG, et al. International Clinical Practice Guidelines for the Treatment of Acute Uncomplicated Cystitis and Pyelonephritis in Women: A 2010 Update by the Infectious Diseases Society of America and the European Society for Microbiology and Infectious Diseases. Clinical Infectious Diseases. 2011;52(5):e103-e120. doi:10.1093/cid/ciq257
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