O pênis torto é o nome dado quando o órgão sexual masculino apresenta uma leve curvatura no momento da ereção. Apesar de ser normal em alguns casos e não apresentar nenhum incômodo, há situações em que pode causar sintomas, sendo nomeado como doença de Peyronie.
Neste caso, o membro tem uma curvatura muito acentuada (30° a 90°), além da presença de nódulos penianos (muitas vezes confundidas pelo paciente com câncer, por ser tipo um caroço), dor no momento da ereção e, em alguns homens, disfunção erétil e diminuição e afinamento do membro.
Um estudo da Sociedade Brasileira de Urologia mostra que pelo menos 11% dos homens brasileiros é portador da doença.
Causas de pênis torto
Ainda segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, a condição atinge cerca de 10% dos homens, mas a prevalência pode chegar a 20,3%.
Apesar da doença de Peyronie não ter a causa completamente conhecida, há alguns fatores que aumentam o risco. A seguir, veja quais são os principais motivos.
- Lesões repetidas no pênis, sendo por danos durante o ato sexual ou outros acidentes;
- genética;
- idade (prevalência em homens acima de 57 anos);
- tabagismo;
- doenças autoimunes.
Tratamento do pênis torto
Na maioria dos casos, o pênis torto não precisa de tratamento, já que, por não apresentar sintomas ou impedir o homem de ter relação sexual sem dor, não afeta a rotina.
Em outros casos, no entanto, pode ser um transtorno muitas vezes psicologicamente e fisicamente incapacitante, levando o homem a uma menor qualidade de vida. Por isso, é preciso um diagnóstico rápido, baseado na história e no exame físico.
Ao apresentar os sintomas como nódulos penianos (placas), curvatura e/ou dor, é preciso ir atrás de tratamentos, que incluem observação, medicamento e/ou cirurgia, dependendo da gravidade e do impacto psicológico da doença.
Em um primeiro momento, estando ainda na fase inicial da doença, um tratamento clínico é realizado por meio de remédio corticoides via oral, pomada ou injetáveis. Ambos destroem as placas de fibrose e diminuem a inflamação. Com isso, há circulação de sangue no pênis e evita que a curvatura evoluía.
Cirurgia
A intervenção cirúrgica só pode ser realizada em pelo menos seis meses depois do aparecimento das placas fibrosas, período em que a curva tende a se estabilizar. Caso contrário, há o risco de continuar encurvado.
Vale lembrar que a cirurgia é a última etapa do tratamento, quando os demais não foram suficientes. A maioria dos homens conseguem conviver com o pênis torto, sem a necessidade da realização de cirurgias.
Isso porque, após a fase aguda da doença de Peyronie, a curva costuma ficar estável, não afetando a vida sexual. Apesar disso, é importante manter o cuidado durante o sexo, evitando posições que comprometam o órgão sexual.
Prevenção
A prevenção da doença é através de hábitos já conhecidos: manter uma vida com hábitos saudáveis (alimentação e atividades físicas), que ajudam a controlar doenças. Além disso, como dito anteriormente, é preciso tomar cuidado com as posições e intensidades na hora do sexo, a fim de evitar lesões.
Bibliografia
1. UpToDate. www.uptodate.com. Accessed April 15, 2022. https://www.uptodate.com/contents/surgical-management-of-peyronies-disease
2. UpToDate. www.uptodate.com. Accessed April 15, 2022. https://www.uptodate.com/contents/peyronies-disease-diagnosis-and-medical-management
3. National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. Penile Curvature (Peyronie’s Disease) | NIDDK. National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. Published December 2, 2019. https://www.niddk.nih.gov/health-information/urologic-diseases/penile-curvature-peyronies-disease