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Depressão: sintomas, diagnóstico e tratamento

dra amanda muriano

Revisão clínica: Dra. Amanda Muriano

Revisado:

A depressão acomete cada vez mais pessoas pelo mundo. Apesar de ser uma doença que tem tratamento e cura, ainda carrega um estigma associado. Isso leva atraso na procura por um psiquiatra, enquanto os sintomas vão se tornando cada vez mais graves e temporariamente incapacitantes.  

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), estima-se que a doença afeta mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, pelo mundo.  Esse número vem se tornando ainda mais expressivo no período pós pandemia.

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Todos nós já sentimos tristeza, cansaço, desânimo e angustia. Esses sintomas são inclusive esperados quando se perde um ente querido ou ocorre uma mudança expressiva na nossa rotina. E aqui cabe dizer que até mesmo mudanças positivas, como a conquista de uma promoção no trabalho ou a mudança para uma casa nova pode desencadear esses sentimentos.

Como saber então se é tristeza ou se estamos num quadro depressivo? Uma informação valiosa para o médico é  o tempo de duração dos sintomas. Também levamos em conta o grau de prejuízo que isso tem acarretado no dia-a-dia.

Caso os sintomas persistam por 15 dias ou mais e você não consiga ir trabalhar, cuidar dos filhos, sair de casa, levantar da cama ou até mesmo tomar um banho, talvez seja a hora de procurar um psiquiatra.

Sintomas de depressão 

Confira 10 sintomas de depressão presentes em um episódio depressivo para você ficar atento: 

  1. Tristeza;
  2. Falta de vontade de fazer coisas que antes gostava;
  3. Mudança no apetite;
  4. Problemas de sono;
  5. Irritabilidade;
  6. Falta de energia;
  7. Pensamentos de culpa;
  8. Pensamento de ruína;
  9. Dificuldade de tomar uma decisão;
  10. Pensamento de morte e suicídio.

Diagnóstico de depressão 

O diagnóstico de depressão é feito quando a pessoa apresenta 5 ou mais dos sintomas acima por mais de 14 semanas. E a investigação é clínica, feita por um psiquiatra.

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Além disso, o médico também pede alguns exames para excluir outras doenças que podem se manifestar com os mesmo sintomas de depressão, entre elas:

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  • Anemia;
  • Hipotireoidismo ou hipertireoidismo;
  • Tumor cerebral; 
  • Deficiência de vitaminas. 

É importante lembrar que nem sempre a pessoa que está passando por um episódio depressivo rompe com suas obrigações diárias.

E a maior parte dos casos é classificada como episódio depressivo leve, no qual a pessoa mantém suas atividades, principalmente as obrigatórias (como o trabalho), porém isso lhe exige um esforço fora do comum.

Tratamento da depressão

Felizmente, o tratamento da depressão é um sucesso para a maioria dos pacientes. Cerca de 80 a 90% das pessoas com depressão respondem bem ao tratamento. 

O tratamento baseia-se em 3 pilares: medicação, psicoterapia e atividade física. Os três tem a mesma importância para o sucesso do tratamento.

Remédios para depressão

Antidepressivos podem ser prescritos para ajudar a modificar a química cerebral. Esses medicamentos não são sedativos e não formam hábitos (não viciam) nas pessoas que tem depressão.

Geralmente, os primeiros sinais de melhora acontecem entre duas a três semanas após a introdução da medicação. Para a resposta medicamentosa completa, devemos esperar de 1 a 2 meses. Esse tempo pode ser mais longo em pacientes idosos, podendo ser necessário aguardar até três meses para ponderar o efeito da medicação.

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Os antidepressivos mais usados para tratamento do primeiro episódio depressivo são os ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina). Eles atuam aumentando a concentração da serotonina na fenda neuronal. Alguns deles são:

Sertralina

Com a sertralina, 80% das pessoas sente sonolência, por isso, costuma-se prescrever antes de dormir. Pode apresentar como efeito colateral sintomas gastrointestinais, como constipação ou diarreia.

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Fluoxetina

A fluoxetina, por sua vez, é a mais estimulante, por isso é prescrita inicialmente no período da manhã.

Pode apresentar como efeito colateral a perda de apetite, sendo, por esse motivo, muitas vezes associada a dietas ou a quem apresentou ganho de peso recente. Esse efeito tende a regredir após 3 meses de tratamento.

Escitalopram

O escitalopram não tem perfil de alterar o apetite, nem para mais, nem para menos. Tem menor chance de apresentar efeitos colaterais, e quando apresenta, a perda da libido é a mais restritiva.

Vortiorexina

A vortiorexina também é prescrita inicialmente pela manhã, e tem como principal efeito colateral náuseas, porém tem o perfil de não dar ganho de peso e nem gerar alteração da libido.

Mirtazapina

A mirtazapina é uma medicação que dá sonolência e aumenta o apetite. Costuma ser prescrita para pacientes com insônia e com perda ponderal.

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Antidepressivos duais

Há também os antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina, conhecidos como “duais”. São utilizados quando há falha na primeira opção ou para casos específicos. Por exemplo, para pacientes com diagnóstico de fibromialgia e episódio depressivo associado, a duloxetina entra como uma das melhores opções.

Combinação de medicações

Medicações de outras classes farmacológicas podem ser associadas para potencializar o efeito do antidepressivo em uso. Podem ser utilizados os antipsicóticos, como o aripiprazol ou a risperidona, e estabilizadores de humor, como o lítio ou a lamotrigina.

Psicoterapia

A psicoterapia é um técnica muito vantajosa, que auxilia na resolução dos problemas que geraram os sintomas e dão suporte para a superação de uma fase dolorosa.

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É imprescindível que o psiquiatra e o psicólogo trabalhem juntos, principalmente na fase mais aguda do quadro. A troca de informações faz com que a resposta ao tratamento seja mais rápida e mais satisfatória.

Atividade física

A atividade física deve ser realizada regularmente, 3 vezes por semana, por no mínimo 50 minutos. O ideal é que seja mantida mesmo após o fim do tratamento medicamentoso.

E os benefícios do exercício são a manutenção da saúde mental, a prevenção do Alzheimer, a reposição da massa magra perdida com o passar dos anos e a melhora dos saúde física como um todo.

Aqui você pode fazer este teste online para saber se realmente existe risco de depressão:

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1. UpToDate. Uptodate.com. Published 2019. https://www.uptodate.com/contents/screening-for-depression-in-adults

2. Torres F. What Is Depression? Psychiatry. Published October 2020. https://www.psychiatry.org/patients-families/depression/what-is-depression

3. Spitzer RL. Validation and utility of a self-report version of PRIME-MD: The PHQ primary care study. JAMA. 1999;282(18):1737. doi:10.1001/jama.282.18.1737

4. Thase ME. The Multifactorial Presentation of Depression in Acute Care. The Journal of Clinical Psychiatry. 2013;74(suppl 2):3-8. doi:10.4088/jcp.12084su1c.01

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