A AIDS (da sigla em inglês Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é causada pelo vírus HIV, que é transmitido através de relações sexuais; exposição a sangue infectado; ou de mãe soropositiva para filho (a) durante o parto ou a amamentação.
No entanto, apesar de muitas pessoas acreditarem que AIDS e HIV são a mesma coisa, os dois têm diferenças.
Isso porque é possível uma pessoa ser portadora do vírus, mas não desenvolver a AIDS, que é o estágio mais avançado da infecção do HIV. Ou seja, nem todo mundo que vive com o vírus chega a desenvolver a AIDS.
As diferenças entre AIDS e HIV
Ser portador de HIV (sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana) não significa necessariamente que a pessoa tenha AIDS, já que ele pode ficar incubado (adormecido) por muito tempo sem manifestar a doença.
O vírus ataca o sistema imunológico destruindo as células CD4, que são responsáveis pela defesa do organismo.
Diferentemente do que acontece com outros vírus, o corpo humano não consegue se livrar do HIV, e a pessoa passará a viver com ele para sempre.
A AIDS é o estágio mais avançado dessa infecção, porque destrói as células de defesa e deixa o organismo vulnerável para qualquer doença. Com isso, um resfriado, por exemplo, não consegue ser contido e pode virar algo letal.
Sintomas da infeção pelo HIV
Os primeiros sintomas da infeção do HIV se apresentam em 50 a 90% das pessoas infectadas, começando entre duas e quatro semanas após a exposição ao vírus.
Nas primeiras duas semanas de infecção, as pessoas podem ter sintomas que são facilmente confundidos com doenças comuns, como:
- febre;
- dor de garganta;
- dor de cabeça;
- tosse seca;
- dores musculares e nas articulações.
Além disso, há relatos de pessoas que tiveram inchaço de pequenos órgãos em forma de feijão sob a pele, chamados de nódulos linfáticos (popularmente conhecidas como ínguas) geralmente indolor no pescoço, axila ou virilha.
Embora os gânglios linfáticos diminuam de tamanho após as primeiras semanas, o inchaço pode persistir. Este sinal também pode ocorrer em pessoas que têm HIV há muito tempo.
Também é possível que apareçam erupções na pele cerca de dois a três dias após a febre. Geralmente afeta o rosto, o pescoço e a parte superior do tórax ou pode ser mais disseminada. A erupção geralmente dura cerca de cinco a oito dias.
Vale lembrar que em muitos casos os sintomas aparecem de forma leve. Aliás, a maioria das pessoas com infecção por HIV nem mesmo se lembra de tê-los, já que pode acontecer de não apresentar sintomas ou apresentar apenas de forma leve.
Ou seja, é possível ter o vírus sem saber que é portador do mesmo, por isso a importância da prevenção e exames de rotina.
Sintomas da AIDS
Nas pessoas que tiveram o HIV não tratado, o vírus causará o enfraquecimento progressivo do sistema imunológico. No estágio avançado, já considerado AIDS, ocorre danos significativos ao sistema imunológico.
Chamado de “infecções oportunistas”, elas podem causar doenças graves. Os sintomas são:
- febre;
- dor de estômago;
- náuseas;
- vômitos;
- diarreia;
- perda de peso involuntária;
- falta de ar;
- Infecções pulmonares;
- infecções cerebrais;
- infecções oculares que causam problemas de visão;
- infecções fúngicas na boca que podem causar dor e manchas brancas elevadas, dor e sangramento;
- candidíase do esôfago, que pode causar dificuldade para engolir.
Diagnóstico HIV
O teste de HIV é a única maneira de determinar se a pessoa está ou não infectada pelo vírus. A testagem é recomendada para todos, especialmente para quem mantém a vida sexual ativa ou se expõe a situações de risco para contaminação.
A infecção pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias a contar a exposição. Isso porque os exames, seja laboratorial ou teste rápido, busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse período é chamado de janela imunológica.
SUS
O diagnóstico é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, há exames laboratoriais e testes rápidos realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos.
Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, que facilita a interpretação do resultado. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).
Importância do teste
Apesar de ser comum algumas pessoas evitarem o exame por medo de um resultado positivo, é importante que seja feito quanto antes, porque, com o avanço da ciência, o tratamento é altamente eficaz.
Além disso, aumenta a chance de viver uma vida mais saudável e evitar o estágio avançado da doença. Saber a condição de HIV e tomar precauções também reduz o risco de transmitir o vírus para outras pessoas.
Tratamento da AIDS / HIV
O Brasil distribui gratuitamente pelo SUS todos os medicamentos antirretrovirais desde 1996, e, desde 2013, o Sistema Único de Saúde garante tratamento para todas as pessoas portadoras do HIV, independentemente da carga viral.
Atualmente, existem 21 medicamentos no país. O uso regular e correto dos medicamentos antirretrovirais prescritos melhora a qualidade de vida e reduz o número infecções por outras doenças.
Além disso, é preciso seguir todas as recomendações médicas, como comparecer às consultas, praticar exercícios físicos e manter uma boa alimentação.
Vale lembrar que o tratamento também tem a finalidade de prevenir a transmissão do HIV, já que os medicamentos antirretrovirais reduzem a quantidade de vírus circulante no corpo, fazendo com que ela alcance a chamada “carga viral indetectável”.
Sendo assim, pessoas que vivem com HIV com carga viral indetectável têm uma possibilidade insignificante de transmitir o vírus para outra pessoa em relações sexuais sem proteção.
Profilaxia Pós-Exposição de Risco – PEP
A PEP é uma medida de urgência para a prevenção de infecção pelo HIV, além de hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST’s).
Ela consiste no uso de medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco de adquirir essas infecções e deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, como:
- violência sexual;
- relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento dela);
- acidente com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico.
Deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas.
A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa precisa ser acompanhada pela equipe de saúde.
AIDS tem cura?
Não. Tanto o HIV quanto a AIDS ainda não têm cura. No entanto, é preciso tirar o estigma, ainda presente na sociedade, que ser diagnosticado com a doença é assinar uma sentença de morte.
Com o avanço da ciência, é possível manter a expectativa e qualidade de vida de uma pessoa soropositiva, como foi explicado no decorrer deste artigo.
Receber o diagnóstico pode trazer angústia, por isso é essencial procurar ajuda médica, psicólogos e/ou profissionais do serviço social para receber auxílio.
Fontes consultadas:
[1] Clinical Infectious Diseases
[2] PubMed
[3] WHO
[4] UpToDate
[5] AIDS.gov.br
Receba nossa newsletter
Cuide de si com dicas de alimentação, saúde e muito mais!