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AIDS / HIV: sintomas, diferenças e tratamentos

Fernando Pereira

Revisão clínica: Dr. Fernando Pereira

Revisado:

A AIDS (da sigla em inglês Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é causada pelo vírus HIV, que é transmitido através de relações sexuais; exposição a sangue infectado; ou de mãe soropositiva para filho (a) durante o parto ou a amamentação.

No entanto, apesar de muitas pessoas acreditarem que AIDS e HIV são a mesma coisa, os dois têm diferenças.

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Isso porque é possível uma pessoa ser portadora do vírus, mas não desenvolver a AIDS, que é o estágio mais avançado da infecção do HIV. Ou seja, nem todo mundo que vive com o vírus chega a desenvolver a AIDS.

As diferenças entre AIDS e HIV

Ser portador de HIV (sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana) não significa necessariamente que a pessoa tenha AIDS, já que ele pode ficar incubado (adormecido) por muito tempo sem manifestar a doença.

O vírus ataca o sistema imunológico destruindo as células CD4, que são responsáveis pela defesa do organismo.

Diferentemente do que acontece com outros vírus, o corpo humano não consegue se livrar do HIV, e a pessoa passará a viver com ele para sempre.

A AIDS é o estágio mais avançado dessa infecção, porque destrói as células de defesa e deixa o organismo vulnerável para qualquer doença. Com isso, um resfriado, por exemplo, não consegue ser contido e pode virar algo letal.

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Sintomas da infeção pelo HIV

Os primeiros sintomas da infeção do HIV se apresentam em 50 a 90% das pessoas infectadas, começando entre duas e quatro semanas após a exposição ao vírus.

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Nas primeiras duas semanas de infecção, as pessoas podem ter sintomas que são facilmente confundidos com doenças comuns, como:

  • febre;
  • dor de garganta;
  • dor de cabeça;
  • tosse seca;
  • dores musculares e nas articulações.

Além disso, há relatos de pessoas que tiveram inchaço de pequenos órgãos em forma de feijão sob a pele, chamados de nódulos linfáticos (popularmente conhecidas como ínguas) geralmente indolor no pescoço, axila ou virilha.

Embora os gânglios linfáticos diminuam de tamanho após as primeiras semanas, o inchaço pode persistir. Este sinal também pode ocorrer em pessoas que têm HIV há muito tempo.

Também é possível que apareçam erupções na pele cerca de dois a três dias após a febre. Geralmente afeta o rosto, o pescoço e a parte superior do tórax ou pode ser mais disseminada. A erupção geralmente dura cerca de cinco a oito dias.

Vale lembrar que em muitos casos os sintomas aparecem de forma leve. Aliás, a maioria das pessoas com infecção por HIV nem mesmo se lembra de tê-los, já que pode acontecer de não apresentar sintomas ou apresentar apenas de forma leve.

Ou seja, é possível ter o vírus sem saber que é portador do mesmo, por isso a importância da prevenção e exames de rotina.

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Sintomas da AIDS

Nas pessoas que tiveram o HIV não tratado, o vírus causará o enfraquecimento progressivo do sistema imunológico. No estágio avançado, já considerado AIDS, ocorre danos significativos ao sistema imunológico.

Chamado de “infecções oportunistas”, elas podem causar doenças graves. Os sintomas são:

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  • febre;
  • dor de estômago;
  • náuseas;
  • vômitos;
  • diarreia;
  • perda de peso involuntária;
  • falta de ar;
  • Infecções pulmonares;
  • infecções cerebrais;
  • infecções oculares que causam problemas de visão;
  • infecções fúngicas na boca que podem causar dor e manchas brancas elevadas, dor e sangramento;
  • candidíase do esôfago, que pode causar dificuldade para engolir.

Diagnóstico HIV

O teste de HIV é a única maneira de determinar se a pessoa está ou não infectada pelo vírus. A testagem é recomendada para todos, especialmente para quem mantém a vida sexual ativa ou se expõe a situações de risco para contaminação.

A infecção pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias a contar a exposição. Isso porque os exames, seja laboratorial ou teste rápido, busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse período é chamado de janela imunológica.

SUS

O diagnóstico é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, há exames laboratoriais e testes rápidos realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos.

Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, que facilita a interpretação do resultado. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).

Importância do teste

Apesar de ser comum algumas pessoas evitarem o exame por medo de um resultado positivo, é importante que seja feito quanto antes, porque, com o avanço da ciência, o tratamento é altamente eficaz.

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Além disso, aumenta a chance de viver uma vida mais saudável e evitar o estágio avançado da doença. Saber a condição de HIV e tomar precauções também reduz o risco de transmitir o vírus para outras pessoas.

Tratamento da AIDS / HIV

O Brasil distribui gratuitamente pelo SUS todos os medicamentos antirretrovirais desde 1996, e, desde 2013, o Sistema Único de Saúde garante tratamento para todas as pessoas portadoras do HIV, independentemente da carga viral.

Atualmente, existem 21 medicamentos no país. O uso regular e correto dos medicamentos antirretrovirais prescritos melhora a qualidade de vida e reduz o número infecções por outras doenças.

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Além disso, é preciso seguir todas as recomendações médicas, como comparecer às consultas, praticar exercícios físicos e manter uma boa alimentação.

Vale lembrar que o tratamento também tem a finalidade de prevenir a transmissão do HIV, já que os medicamentos antirretrovirais reduzem a quantidade de vírus circulante no corpo, fazendo com que ela alcance a chamada “carga viral indetectável”.

Sendo assim, pessoas que vivem com HIV com carga viral indetectável têm uma possibilidade insignificante de transmitir o vírus para outra pessoa em relações sexuais sem proteção.

Profilaxia Pós-Exposição de Risco – PEP

A PEP é uma medida de urgência para a prevenção de infecção pelo HIV, além de hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST’s).

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Ela consiste no uso de medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco de adquirir essas infecções e deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, como:

  • violência sexual;
  • relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento dela);
  • acidente com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico.

Deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas.

A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa precisa ser acompanhada pela equipe de saúde.

AIDS tem cura?

Não. Tanto o HIV quanto a AIDS ainda não têm cura. No entanto, é preciso tirar o estigma, ainda presente na sociedade, que ser diagnosticado com a doença é assinar uma sentença de morte.

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Com o avanço da ciência, é possível manter a expectativa e qualidade de vida de uma pessoa soropositiva, como foi explicado no decorrer deste artigo.

Receber o diagnóstico pode trazer angústia, por isso é essencial procurar ajuda médica, psicólogos e/ou profissionais do serviço social para receber auxílio.

1. Brooks John T, Kaplan Jonathan E, Holmes King K, Benson C, Pau A, Masur H. HIV‐Associated Opportunistic Infections—Going, Going, But Not Gone: The Continued Need for Prevention and Treatment Guidelines. Clinical Infectious Diseases. 2009;48(5):609-611. doi:10.1086/596756

2. Workowski KA. Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2015. MMWR Recommendations and reports : Morbidity and mortality weekly report Recommendations and reports. 2015;64(RR-03):1. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5885289/

3. UpToDate. www.uptodate.com. Accessed September 4, 2022. https://www.uptodate.com/contents/symptoms-of-hiv-infection-beyond-the-basics

4. Tratamento para o HIV | Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. www.aids.gov.br. http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv/tratamento-para-o-hiv

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